Sempre é tempo de recomeçar

Muitas vezes achamos que tudo está perdido, o sonho acabou e nada mais resta. Porém esquecemos que estamos vivos e por mais que as coisas estejam ruins há sempre um recomeço.
Enquanto houver oxigênio haverá problrmas, e é um bom sinal, pois nos problemas estão os maiores desafios e estes nos fazem sentimos vivos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

A pequena escritora

A Pequena Escritora
Sentada aos pés da cama, a menina escreve desesperadamente, pois sonha se escritora. Ela escreve sobre coisas que vê, coisas que sente e aos poucos seu livro vai nascendo.
A menina não sabe ainda se um dia alguém vai ler seus escritos, mas ela escreve. Mesmo sem saber direito o que dita a gramática, vai tecendo seus textos, não se importando com a sintaxe das orações, com as vírgulas que surgem instintivamente.
Nos seus cadernos mitos e lendas, sonho e realidade se confundem. A menina escritora é a própria princesa da sua história, é também o herói que salva a cidade. Um pouco da sua realidade se desenrola no brotar  das palavras: o vilão muito malvado que aprisiona a princesa pode ser aquele pai que não deixa a coleguinha brincar fora de casa e nem receber  amigos. Será que a menina muito quieta e meio sem graça, que se torna uma linda odalisca, é aquela mesma garota que fica sempre sozinha no seu canto durante o recreio, porque é considerada esquisita pelos colegas? E o assustador meteoro que ameaça cair sobre o planeta e destruir tudo, será que a prova de matemática para a qual ela não estudou, porque se distraiu escrevendo?
Misturando sonho e realidade a menina perde a noção do tempo e muitas folhas de caderno.  Se alguém vai ler, ela não se importa; se atende ou não as regras da gramática, ela também não se importa; ela só quer ser escritora, mas isso ela já é...  

Nair Gevezier 19/01/2017.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Sensibilidade da memória

Sensibilidade da memória
Estranha e surpreendente essa capacidade da mente humana chamada memória. Ela não é apenas uma função cognitiva comandada por uma região do cérebro, é uma função acima de tudo sensorial.
Quem nunca em algum momento da vida, foi transportado para a infância ao ouvir uma palavra a qual a avó usava com frequência?  Memória auditiva, os ouvidos são sensíveis a determinados sons e certas palavras podem trazer de volta doces ou amargos momentos da vida.
E o cheiro do bolinho de chuva, da pipoca quentinha saindo da panela nas tardes chuvosas, as quais não podíamos brincar lá fora? Do mesmo modo que o bolinho Madaleine leva Proust aos anos da de sua infância “Em busca do tempo perdido”, somos lançados a nossa infância de traquinagens, onde só os bolinhos de chuva e a pipoca nos impediam por alguns instantes de chafurdarmos na lama, numa deliciosa e saudável brincadeira.  
Quem nunca teve uma lembrança antiga despertada por um perfume, um gesto, uma palavra que seja, não tem saudades. E saudade é tão bom...
Ao arrumarmos as gavetas para a entrada de um novo ano, demoramos mais tempo que a correria do dia a dia nos permite, vendo antigas fotos, ou nem tão antigas... e nos damos conta que o tempo passou rápido demais. Lembramos do momento o qual aquela foto foi tirada: “parece que foi ontem”.
O tempo passa cada vez mais depressa, e não devemos deixar que essa pressa para chegar a lugar algum destrua a sensibilidade da memória. Afinal, a memória é uma capacidade tão fantástica que pode ser guardada e despertada pelo nossos cinco sentidos. E até pelo sexto: o da intuição.
Em tempos confusos como os de agora, vamos preservar nossas memórias, para quando o futuro ( que chega cada vez mais adiantado), for presente, tenhamos momentos bons guardados, mesmo que pequenos.


Nair Gevezier 11/01/2017.